O poder de uma imagem

by Matheus Britto / fevereiro 20, 2015 / in Cultura Popular / 0 comments

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Quando eu era mais jovem, e olha que isso já faz bastante tempo, sempre ouvia histórias sobre os guerreiros com roupas brilhantes (que na época nem eram tão brilhantes assim) de lança nas mãos, que surgiam dos canaviais, no interior do estado – no carnaval – e ficava imaginando como seria encontrar “cara-a-cara” com um deles. A riqueza dos detalhes era tamanha que essa cena sempre permeou meu imaginário…

Passei parte da adolescência vendo imagens (na época, pouco coloridas) sobre eles ou lendo sobre as brigas que ocorriam durante os cortejos, mas ainda imaginava como seria ver ao vivo. Na faculdade tive pouco ou nenhum contato com os estudos culturais brasileiros o que, em parte, me afastou bastante desses assuntos. Já formado e enquanto me preparava para terminar a pós-graduação em Jornalismo Cultural, decidi dedicar os estudos ao nosso folclore. Mas essa escolha não foi apenas porque precisava ter um tema definido para meu trabalho de conclusão de curso, mas porque queria saber mais… Muito mais.

Com a ajuda de várias pessoas, que me orientaram e me indicaram livros sobre diversos temas, pude mergulhar de cabeça no maravilhoso universo popular. Frevo, ciranda, caboclinho, côco, pastoril, bumba meu boi, banda de pífano (também chamado de banda de pífe) e, claro, os maracatus (de baque virado e de baque solto). E quanto mais eu pesquisava, mais rica a cultura se apresentava… Mais sede eu tinha! Apenas “ver” o que diziam os grandes pesquisadores não bastava para meus estudos. Eu precisava registrar, documentar o que minhas lembranças um dia quase esqueceram… Foi quando comecei a fotografar esses guerreiros rurais. Aos poucos fui matando a sede, enquanto fazia muitas amizades ao longo da pesquisa: escutei histórias que os livros não contavam, passei a viver a cultura. Bebi dela.

Como já não fazia há algum tempo, estive uma vez mais em Nazaré da Mata, na busca pelos “guerreiros rurais”. Além de matar a saudade dos maracatus de baque solto, pude – novamente – viver a cultura regional em sua forma mais simples e pura. E pude observar, com um sorriso largo estampado no rosto, que apesar de todas as adversidades que esses bravos guerreiros passam ao longo do ano, suas tradições continuam vivas e falando mais alto às novas gerações.

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